Léo, O Guerreiro da Vila

Raul Estevan, do Memorial das Conquistas

Leonardo Lourenço Bastos é original de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Mesmo que carioca de raiz, sua história foi feita em outro litoral. Nascido em 06 de julho, o lateral-esquerdo é, após a Era-Pelé, o maior vencedor do Santos Futebol Clube. Tal título é único — mas sua jornada pelo Peixe só começava em 2000. Antes disso, Léo tinha apenas sonhos.

Em 1975 sua história se iniciava. Apelidado de “Guerreiro”, Léo estreou no futebol pelo Americano Futebol Clube, clube de sua cidade, ainda nas categorias juvenis. Com 20 anos, o ídolo santista pôde se apresentar no profissional, e lá permaneceu por mais dois anos, até 1997. Naquele ano, Léo foi transferido para o União São João de Araras, e a sua jornada no futebol carioca chegava ao fim.

Já em São Paulo, o lateral-esquerdo se destacou entre os jogadores do União São João. O time não foi bem em sua temporada de estreia, em 1997, e lamentou um rebaixamento. Mesmo assim, a má temporada do clube não impediu Léo de apresentar um bom futebol, e assim, pouco tempo depois, já assinou um contrato com o Palmeiras. Entretanto, o coração do carioca estava predestinado a outras cores.

Em 27 de agosto de 2000, o Guerreiro estreou pelo Peixe na Vila Belmiro, contra o Palmeiras. Mesmo não batendo o time da capital, o jovem lateral-esquerdo mostrou que aquele Santos já não era o mesmo de outras épocas. De ali para frente, as coisas seriam diferentes. “Se depender de mim, vou deixar meu sangue para fazer o Santos ser campeão”, disse Léo após a derrota. E assim o fez.

Dois anos após a sua estreia, o Santos era campeão pela sétima vez do Campeonato Brasileiro. A geração que viu o clube passar perto da vitória, ano após ano, finalmente tirou o grito de campeão preso na garganta. A conquista de 2002 é, para muitos santistas, uma das maiores de nossa história. E com os Meninos da Vila, o Alvinegro Praiano reconquistou uma alegria de outrora.

Dos heróis de 2002, Léo se tornou um dos mais importantes. Dedicou sua carreira ao clube, sendo o décimo jogador que mais vestiu o Manto Sagrado. Com 456 jogos pelo Santos, o ídolo santista ressignificou a toda uma nação o que é amor pela camisa. Este ano, marcamos 60 anos desde a despedida do Rei. Desde então, mais ninguém conseguiu conquistar o mesmo que o Guerreiro da Vila.

Pelo Santos, o ídolo foi Campeão Brasileiro nos anos de 2002 e 2004, Campeão da Copa Brasil no ano de 2010, Tricampeão Paulista nos anos de 2010, 2011 e 2012, Campeão da Taça Libertadores em 2011 e Campeão da Recopa Sulamericana em 2012. Léo teve duas passagens pelo Alvinegro Praiano: de 2000 a 2005 e de 2009 a 2014.

São raras as pessoas que se tornam tão grandes a ponto de desafiar a finitude. Léo é uma dessas. Hoje, o ídolo santista comemora seus 49 anos de idade, e o Santos Futebol Clube agradece à sua história, tão grande e paralela à nossa.

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