Paulista de 1969: A cereja do bolo de um ano inesquecível

Nicolas Godoi, do Memorial das Conquistas 

Há 55 anos, o Santos segurava o empate com o São Paulo, no Morumbi, e sagrava-se campeão paulista de 1969. Após vencer as duas últimas edições, a conquista selou o tricampeonato santista, feito que acontecia pela segunda vez na história do clube.

Após o Peixe ter sido campeão com folga um ano antes, a Federação Paulista, com o intuito de deixar a disputa mais emocionante, decidiu alterar o regulamento para o campeonato de 1969. Agora haveria um quadrangular com os dois melhores ranqueados de cada grupo, depois da fase de classificação.

Diferente dos últimos anos, o Alvinegro Praiano teve dificuldades na primeira fase, chegando a ficar cinco jogos sem vencer. Mesmo com as adversidades, o Santos garantiu o primeiro lugar, seguido pelo Palmeiras. No outro grupo, Corinthians e São Paulo se classificaram, gerando uma grande expectativa para o quadrangular final.

Com o campeonato afunilando, o esquadrão santista mostrou sua força. No primeiro jogo, contra o Corinthians, no Morumbi, para quase 45 mil pessoas, vitória por 3 a 1, com dois gols de Pelé e um de Edu e classificação assegurada.

O segundo jogo aconteceu contra o Palmeiras, que tinha vencido o Santos nos últimos dois jogos e era um dos favoritos a vencer o título. Para os jornais da época, o confronto seria como uma final antecipada. Entretanto, o time santista mostrava, mais uma vez, que crescia em momentos decisivos, pois com um 3 a 0, com gols de Pelé, Toninho Guerreiro e Edu, o time alvinegro colocou a equipe palmeirense na roda. Só precisava empatar com o São Paulo para ser campeão.

A última partida ocorreu no dia 21 de Junho, mais uma vez no Morumbi, contra o São Paulo. Como só o empate era necessário, a equipe santista fez uma partida tranquila e assegurou o placar de 0 a 0 e, com isso, aquela geração levantava mais um troféu de campeão paulista, o décimo segundo do clube. O Peixe terminou com 41 pontos, um a mais que o vice-colocado Palmeiras, e com o melhor ataque da competição, com 63 gols, destes, 26 marcados por Pelé, que pela décima vez terminaria o Paulista como o artilheiro.

O ano de 1969, sem dúvidas, ficou marcado na memória do torcedor, pois além da conquista do Campeonato Paulista, a equipe santista ainda venceu as Recopas Sul-Americana e Mundial e, fora das linhas de campo, foi o responsável por paralisar dois conflitos no continente africano, fazendo um papel diplomático e humanitário, provando que aquela geração era mais do que “só” um time de futebol.

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