Texto: Vinicios Oliveira e Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
Sério, concentrado, com corte cabelo estilo militar e sem tatuagens. Quem olha de longe o volante Guilherme Nunes, do time Sub-20, já nota que o menino tem algumas características diferentes dos demais jovens de sua idade. Com 17 anos, o garoto que nasceu em Novo Hamburgo (RS), mas foi criado em Imbé (RS), apresenta grande maturidade ao falar sobre o pai que não conheceu e o sonho de ser jogador profissional.
No bairro Albatroz, perto da praia na litorânea Imbé, que Guilherme Nunes teve seus primeiros contatos com o futebol. Fascinado pela ainda brincadeira de criança, o gaúcho sempre priorizou esse lazer quando tinha um tempo livre. Com sete anos, o menino deu seus primeiros passos mais sérios com a bola numa escolinha local.
“Desde pequeno eu me identifiquei com o futebol. Nas brincadeiras eu sempre queria isso. Até que um amigo, que jogava muito bem, me chamou pra entrar em uma escolinha chamada Santa Teresinha. Fiquei jogando nela minha infância toda. Foi lá que comecei a aprender mesmo. Brincar é uma coisa, aprendizado é outra. Eu sou muito grato. Ainda voltarei lá para honrar e ajudar a crescer essa escolinha que tanto me ajudou”, disse Guilherme.
Criado pela mãe, Raquel, Guilherme não conheceu seu pai. Apesar de ser da mesma cidade dele, o menino nunca foi procurado por quem devia ajudá-lo na educação com sua mãe. Com isso, seu avô, Rudimar, absorveu a missão de ensinar algumas lições da vida para o garoto.
“Eu aprendi pregar e serrar madeira com meu avô. Tínhamos um fogão a lenha lá em casa, por causa do forte frio. É comum no Rio Grande Sul. Então, meu avô me ensinou algumas coisas de carpintaria para abastecer o fogão. Meu avô sempre foi uma boa referência para mim”, comentou.
Após jogar por oito anos na escola Santa Terezinha, Guilherme Nunes fez um teste no Ivoti/Globalfut, na cidade de Ivoti. Já acostumado com essa rotina, após ter sido reprovado em uma avaliação no Grêmio, e aprovado no Novo Hamburgo, mas obrigado a desistir por falta de alojamento, o garoto passou de primeira no time formador da região da Grande Porto Alegre.
“Depois de ter sido reprovado no teste do Grêmio, comecei a levar o sonho de ser jogador mais a sério. Coloquei na minha cabeça que era isso que eu queria. Quando passei no Ivoti/Globalfut, fui morar com meu tio Pierre em Campo Bom, que fica perto de Ivoti. Joguei lá por um ano, até o Santos FC me encontrar”, afirmou.
No fim de 2013, os avaliadores do Peixe foram até Ivoti para observar um atacante do time de Guilherme. Porém, quem roubou a cena foi o volante. Após um amistoso, o garoto, futuro Menino da Vila, foi convidado para uma avaliação.
“Apesar de jogar como volante, me chamaram para um período de teste como zagueiro no Santos FC. Meu voo acabou atrasando e consegui fazer somente uma avaliação em dezembro de 2013. Voltei em fevereiro de 2014, passei pela bateria de testes e fui aprovado. Quando fiquei sabendo, fiquei muito emocionado, fui para o alojamento e chorei muito”, revelou.
Nestes dois anos nas categorias de formação do Alvinegro Praiano, Guilherme Nunes conquistou o Campeonato Paulista Juvenil de 2014, chegou à Seleção Brasileira Sub-17 e Sub-20 e também ganhou muita experiência com os ensinamentos do Santos FC. Além destas vivências, o volante tenta crescer um pouco mais observando outro Menino da Vila.
“Não imaginava que eu ia servir à Seleção tão cedo. Foi tudo muito rápido. Em dois anos de Santos FC eu aprendi praticamente tudo o que sei de futebol até hoje. Aprendi a me posicionar melhor, marcar e a jogar com a bola. A Seleção ajudou muito também. Mas preciso evoluir muito ainda. Observo o Thiago Maia e vejo como ele vira um elemento surpresa. Ele é um exemplo para mim. Nossas características até são parecidas. O pessoal da cozinha da Vila Belmiro me chama de sósia dele”, comentou, o garoto, que também aprendeu a tocar violão com outros atletas nos alojamentos do Peixe.
Dedicado ao sonho de se tornar jogador da equipe principal do Santos FC, Guilherme Nunes procura ao máximo não vacilar em seu dia a dia. Para evitar imprevistos, o atleta chega ao CT Rei Pelé uma hora antes do início do treino da equipe de Juniores. Sonhador, o gaúcho almeja muitas coisas boas para o seu futuro.
“O futuro pertence a Deus, mas eu sigo trabalhando firme e me espelhando em jogadores que fizeram a base toda no Santos FC e passaram por Seleções de base. Eu quero evoluir ao máximo para chegar no profissional do Santos FC e também defender a Seleção Brasileira em Copas do Mundo e Jogos Olímpicos”.
Além dos sonhos para dentro do campo, Guilherme também tem belos planos fora das quatro linhas.
“Meu maior sonho é dar tudo que minha mãe precisar. Não só em coisas materiais, mas felicidade também. Dar orgulho a ela. Sonho também abrir um instituto para ajudar pessoas necessitadas. A bíblia fala muito de ajudar e amar ao próximo como a si mesmo. Quero abrir algo do tipo quando tiver condições. Também quero conhecer meu pai. Tenho essa vontade. E sonho também em ter uma família e ser pai. Ser um pai presente, que dá conselhos para os filhos. Ser diferente do que aconteceu comigo”.
Ficha técnica
Guilherme Nunes
Nome: Guilherme Nunes da Silva
Nasc: 12/07/1998 – Novo Hamburgo (RS)
Altura: 1, 80 m / Peso: 66 kg
Posição: VolanteFoto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/SantosFC
Sério, concentrado, com corte cabelo estilo militar e sem tatuagens. Quem olha de longe o volante Guilherme Nunes, do time Sub-20, já nota que o menino tem algumas características diferentes dos demais jovens de sua idade. Com 17 anos, o garoto que nasceu em Novo Hamburgo (RS), mas foi criado em Imbé (RS), apresenta grande maturidade ao falar sobre o pai que não conheceu e o sonho de ser jogador profissional.
No bairro Albatroz, perto da praia na litorânea Imbé, que Guilherme Nunes teve seus primeiros contatos com o futebol. Fascinado pela ainda brincadeira de criança, o gaúcho sempre priorizou esse lazer quando tinha um tempo livre. Com sete anos, o menino deu seus primeiros passos mais sérios com a bola numa escolinha local.
“Desde pequeno eu me identifiquei com o futebol. Nas brincadeiras eu sempre queria isso. Até que um amigo, que jogava muito bem, me chamou pra entrar em uma escolinha chamada Santa Teresinha. Fiquei jogando nela minha infância toda. Foi lá que comecei a aprender mesmo. Brincar é uma coisa, aprendizado é outra. Eu sou muito grato. Ainda voltarei lá para honrar e ajudar a crescer essa escolinha que tanto me ajudou”, disse Guilherme.
Criado pela mãe, Raquel, Guilherme não conheceu seu pai. Apesar de ser da mesma cidade dele, o menino nunca foi procurado por quem devia ajudá-lo na educação com sua mãe. Com isso, seu avô, Rudimar, absorveu a missão de ensinar algumas lições da vida para o garoto.
“Eu aprendi pregar e serrar madeira com meu avô. Tínhamos um fogão a lenha lá em casa, por causa do forte frio. É comum no Rio Grande Sul. Então, meu avô me ensinou algumas coisas de carpintaria para abastecer o fogão. Meu avô sempre foi uma boa referência para mim”, comentou.
Após jogar por oito anos na escola Santa Terezinha, Guilherme Nunes fez um teste no Ivoti/Globalfut, na cidade de Ivoti. Já acostumado com essa rotina, após ter sido reprovado em uma avaliação no Grêmio, e aprovado no Novo Hamburgo, mas obrigado a desistir por falta de alojamento, o garoto passou de primeira no time formador da região da Grande Porto Alegre.
“Depois de ter sido reprovado no teste do Grêmio, comecei a levar o sonho de ser jogador mais a sério. Coloquei na minha cabeça que era isso que eu queria. Quando passei no Ivoti/Globalfut, fui morar com meu tio Pierre em Campo Bom, que fica perto de Ivoti. Joguei lá por um ano, até o Santos FC me encontrar”, afirmou.
No fim de 2013, os avaliadores do Peixe foram até Ivoti para observar um atacante do time de Guilherme. Porém, quem roubou a cena foi o volante. Após um amistoso, o garoto, futuro Menino da Vila, foi convidado para uma avaliação.
“Apesar de jogar como volante, me chamaram para um período de teste como zagueiro no Santos FC. Meu voo acabou atrasando e consegui fazer somente uma avaliação em dezembro de 2013. Voltei em fevereiro de 2014, passei pela bateria de testes e fui aprovado. Quando fiquei sabendo, fiquei muito emocionado, fui para o alojamento e chorei muito”, revelou.
Nestes dois anos nas categorias de formação do Alvinegro Praiano, Guilherme Nunes conquistou o Campeonato Paulista Juvenil de 2014, chegou à Seleção Brasileira Sub-17 e Sub-20 e também ganhou muita experiência com os ensinamentos do Santos FC. Além destas vivências, o volante tenta crescer um pouco mais observando outro Menino da Vila.
“Não imaginava que eu ia servir à Seleção tão cedo. Foi tudo muito rápido. Em dois anos de Santos FC eu aprendi praticamente tudo o que sei de futebol até hoje. Aprendi a me posicionar melhor, marcar e a jogar com a bola. A Seleção ajudou muito também. Mas preciso evoluir muito ainda. Observo o Thiago Maia e vejo como ele vira um elemento surpresa. Ele é um exemplo para mim. Nossas características até são parecidas. O pessoal da cozinha da Vila Belmiro me chama de sósia dele”, comentou, o garoto, que também aprendeu a tocar violão com outros atletas nos alojamentos do Peixe.
Dedicado ao sonho de se tornar jogador da equipe principal do Santos FC, Guilherme Nunes procura ao máximo não vacilar em seu dia a dia. Para evitar imprevistos, o atleta chega ao CT Rei Pelé uma hora antes do início do treino da equipe de Juniores. Sonhador, o gaúcho almeja muitas coisas boas para o seu futuro.
“O futuro pertence a Deus, mas eu sigo trabalhando firme e me espelhando em jogadores que fizeram a base toda no Santos FC e passaram por Seleções de base. Eu quero evoluir ao máximo para chegar no profissional do Santos FC e também defender a Seleção Brasileira em Copas do Mundo e Jogos Olímpicos”.
Além dos sonhos para dentro do campo, Guilherme também tem belos planos fora das quatro linhas.
“Meu maior sonho é dar tudo que minha mãe precisar. Não só em coisas materiais, mas felicidade também. Dar orgulho a ela. Sonho também abrir um instituto para ajudar pessoas necessitadas. A bíblia fala muito de ajudar e amar ao próximo como a si mesmo. Quero abrir algo do tipo quando tiver condições. Também quero conhecer meu pai. Tenho essa vontade. E sonho também em ter uma família e ser pai. Ser um pai presente, que dá conselhos para os filhos. Ser diferente do que aconteceu comigo”.
Ficha técnica
Guilherme Nunes
Nome: Guilherme Nunes da Silva
Nasc: 12/07/1998 – Novo Hamburgo (RS)
Altura: 1, 80 m / Peso: 66 kg
Posição: Volante